segunda-feira, 12 de abril de 2010

Yom haShoá


Hoje se comemora um evento triste na historia judaica e da humanidade. Se trata do Yom haShoá (Dia da Calamidade), ou Dia do Holocausto.

Neste dia, se faz lembrança dos mais de 6 milhões de judeus, que foram brutalmente ceifados pelo nazismo.

O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemão, também conhecido pela frase NAtionalsoZIalist, ou seu acrostico - NAZI - trouxe à tona um pensamento europeu, que pairava na mente de muitos, há pelo menos duzentos anos.

Varios pensadores, escritores e políticos europeus, inclusive ingleses (como H Stewart Charberlain, no seculo 19), alegavam que a Europa estava em franca decadência,
pois as "raças inferiores" estavam levando a Europa para o caos político, social e moral. Segundo Chamberlain, a Europa somente poderia voltar a ter sua "gloria", se os "inferiores" fossem eliminados, ou escravizados. Mas esta tarefa de libertação somente poderia ser feita pela unica raça "pura" que restava na Europa, os arianos.

Chamberlain, baseados em outros estudos do seculo 18 (e algumas lendas), alegou que, de todos os povos europeus, os arianos se encontravam mais concentrad
os na Alemanha. E que por esta razao, caberia ao povo alemão, subjugar (eliminar ou escravizar) os "inferiores".

E quem eram os inferiores? Os mesmos que, desde o século 12, eram marcados na Europa com estrelas de seis pontas amarelas nos braços. Os judeus. Mais tarde se juntaram ao grupo dos "inferiores", outros grupos: como os ciganos, homo-sexuais e outras minorias.

Anos depois de Chamberlain, um sinistro personagem austríaco, de nome Adolf Hitler, compilo
u as idéias de Chamberlain, e de outros pensadores europeus, e escreveu um livro chamado "Mein Kampf" (Minha Luta). O curioso, foi que Hitler escreveu este livro na prisão, em 1925. Quando foi preso por tentativa de dar um golpe militar no governo democrático alemão. "Mein Kampf", se tornou a "Bíblia" do Nazismo alemão. Neste livro, Hitler definiu as bases anti-semitas, racistas e nacionalistas, que seriam aplicadas mais tarde no seu governo maldito.

Hitler invadiu a Polônia (depois de ter assinado um pacto de não agressão com o mesmo pais, para agradar a Inglaterra e França). Dentro da Polônia viviam mais de 3 milhões de judeus. Que estavam muito bem inseridos na dinâmica cultural, social e econômica da Polônia.

Já que a Polônia era o lar europeu dos judeus, Hitler ressuscitou um velho conhecidos dos judeus. Um velho conceito criado pela igreja católica romana no século 12, os "Guetos".

Estes eram "bairros judeus", completamente cercados, com uma unica entrada. Por onde era controlado "quem entra" e "quem sai". Em Polônia, um dos maiores Guetos era o da cidade de Varsóvia.

Foi num dia como hoje que aconteceu o Levante do Gueto de Varsovia (19 de Abril de 1943 - ou 15 de Nissan), que terminou com o massacre dos habitantes e a total destruição do Gueto, como ficou registrado no filme, O Pianista.

Hoje, no dia do levante do Gueto de Varsovia, se comemora o Yom haShoá.

T
oda vez que se lembra o "dia do Holocausto", se lembra de um crime que nao foi cometido apenas pela Alemanha nazista, mas por toda Europa. E ainda com a participação de USA. Isso mesmo! Os mocinhos do final da guerra, foram cúmplices dos bandidos.

Hoje a coisa mudou. USA, concentra mais judeus do que o próprio Israel. O Vaticano (com o maravilhoso Papa J. Paulo II) e a Alemanha, pediram perdão a Israel.

As feridas que estes dois causaram ao povo judeu, já estão cicatrizadas. Mas em outros lugares, incluso no Brasil, ainda tem estúpidos que militam no Partido NAZI e sua nefasta filosofia. Estes não aprenderam nada.

Termino, com a frase de uma musica do AC/DC "For those about to Rock... We salute You..."

Am Israel Chay!
(O povo de Israel, vive!)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

O mundo dos sonhos.

Faz certo tempo, fui acometido por uma serie de sonhos que mais pareciam ser os capítulos de uma mini-novela em 10 capítulos. Ou seja, foi uma seqüência de 10 sonhos, em 10 dias.
Não preciso dizer o quanto isto me incomodou, pois por muitos anos, eu não tinha mais este “fenômeno” noturno.

Então me lancei a estudar o assunto, e como existem milhares de interpretações, fiquei com as sábias palavras de meu bom, e sábio “rav”, que é um grande cabalista. Logo, as suas respostas estariam impregnadas de “Torá” e “Gemará”.

Como sei que este é um assunto que fascina as pessoas, pois todos sonhamos, gostaria de compartilhar com você um pouco da visão judaica do “mundo dos sonhos”.

E para começar, vamos tomar uma historia da Bíblia, bem conhecida...

A história do “sonhador”.

Quase todas as pessoas conhecem a historia de Yossef (José), o filho mais novo do patriarca Yaakov (Jacó).

Segundo o judaísmo, Yaakov estaria com mais de 80 anos, quando foi pai de Yossef, e entre os 11 irmãos, a diferença de idade entre Ruben (o mais velho) e Yossef (o mais novo) era mais de 40 anos!

Não é de se admirar, que com uma diferença de idade tão grande, Yaakov tinha um carinho todo especial pelo filho caçula.

E Israel (Yaakov – Jacó) amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice... (Genesis 37:3)

Enquanto os seus irmãos “mais velhos” (literalmente), nutriam pelo irmão um sentimento fratricida.

E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem. E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador! Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. (Genesis 37:18-20)

Tudo isto, por que Yossef havia tido dois “sonhos estranhos”.

Em um destes sonhos, as espigas de trigo dos seus irmãos se dobravam diante das suas espigas. E no 2º sonho, o “sol”, a “lua” e “11 estrelas” se curvavam diante dele.

Que chama a atenção, é que no caso do 1º sonho, os irmãos de Yossef sacaram rapidinho o que Yossef queria dizer:

Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras. (Genesis 37:8)

E no 2º sonho a coisa vai alem, pois foi Yaakov, o pai de Yossef, quem entendeu rapidamente o que o sonho de Yossef poderia significar:

E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? (Genesis 37:10)

• Eu destaquei a palavra “tua mãe”, pois a estudaremos mais a diante.

Qualquer leitor "desatento" vai entender que Yossef teve estes sonhos uma única vez, mas estes aconteceram várias e várias vezes. A ponto de incomodar tanto a Yossef, que este foi impelido a contar aos seus “queridos” irmãos, mesmo sabendo que haveria alguma represália da parte deles.

Então vai rolar a historia... Os irmãos, Judá e Levi (que aprontavam sempre juntos), têm um plano brilhante, que todos os demais, menos Ruben (o mais velho) toparam rapidinho:
E disseram um ao outro:

Eis lá vem o sonhador! Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. (Genesis 37:19-20)


Então, Ruben, o mais velho de todos, interfere para que não matem o rapaz (que tinha menos de 18 anos nesse momento), mas Ruben não facilita em nada a sorte de Yossef. No final do episódio Yossef é vendido como escravo para uma caravana de árabes (ismaelitas), que o acabam vendendo como escravo na superpotência da época, o Egito.

Por 18 anos, o sonho de Yossef ficou no “stand-by”, congelado, completamente esquecido. Até que por causa de outro sonhador, o rei do Egito, A situação de Yossef muda completamente.

Vacas gordas, vacas magras.

Quem nunca ouviu a expressão “vacas magras”, para representar um mau momento econômico? Pois bem, esta expressão vem da Bíblia.

A Bíblia nos conta que o faraó, o rei do Egito, teve uma seqüência de sonhos, que assim como incomodaram a Yossef, 18 anos atrás, estavam agitando a mente do poderoso rei.
O 1º sonho foi:

E ACONTECEU que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou, e eis que estava em pé junto ao rio. E eis que subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no prado. E eis que subiam do rio após elas outras sete vacas, feias à vista e magras de carne; e paravam junto às outras vacas na praia do rio. E as vacas feias à vista e magras de carne, comiam as sete vacas formosas à vista e gordas. Então acordou Faraó. (Genesis 41:1-4)

Mas a coisa era tão séria que o rei do Egito teve “outro” sonho, em seguida.

Depois dormiu e sonhou outra vez, e eis que brotavam de um mesmo pé sete espigas cheias e boas. E eis que sete espigas miúdas, e queimadas do vento oriental, brotavam após elas. E as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então acordou Faraó, e eis que era um sonho. (Genesis 41:5-7)

Então, igual ao que acontece no livro do profeta Daniel: O faraó, o rei, chama a todos os sábios do seu reino, lhes conta o sonho, e lhes cobra uma explicação. Afinal eles ganhavam, e muito bem, para isto.

Agora, vamos dar uma de adivinhos... Deixa ver ... “7 vacas gordas, 7 vacas magras”... “7 espigas boas, 7 espigas ruins”... Hummm... Acho que tem algo a ver com o numero “7” e algo “bom”, e algo “ruim”. Certo? Mas o que?

O rei do Egito rejeitou veemente cada uma das dezenas de explicações que os seus sábios lhe davam...

• Eu imagino que os sábios, rapidamente, fizeram uma analise combinatória entre o numero “7”, coisas “boas” e “ruins”, e alguém “comer” alguém. Mas nenhum deles estava com a resposta. Por que?

Foi necessário desenterrar o hebreu, que estava na prisão, para poder ter a resposta certa.

...E Faraó disse a José: Eu tive um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas. (Genesis 41:15)

Yossef, diz ao rei que isto não está em ele, mas é “algo” que vem de D’us.

E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; O Eterno dará resposta de paz a Faraó. (Genesis 41:16)

Yossef acerta em cheio. O faraó fica feliz da vida e alem de anistiar a Yossef (afinal estava preso) e o coloca como 1º ministro.

Mas, o que foi o que Yossef fez de tão grandioso, que os outros sábios não haviam conseguido?
Se formos analisar a historia, veremos que Yossef dá uma interpretação, que poderia ter sido “apenas” mais uma interpretação. Mas quem decidiu qual era a resposta “certa” não foi Yossef, nem D’us, foi o próprio faraó.

... E esta palavra foi boa aos olhos de Faraó... (Genesis 41:37)

No final da historia de Yossef, “quase tudo” se cumpriu exatamente como ele havia visto em seus sonhos. Ouve um detalhe que não aconteceu...

18 anos antes, quando Yossef sonhou com o “sol”, a “lua” e as “11 estrelas”, inclinando-se ante ele, seu pai. Yaakov, que era um homem que viveu entre o “natural” e o “sobrenatural” a vida toda, havia entendido que ele, sua mulher, e seus 11 filhos se prostrariam diante dele. Lembra disso? Mas 18 anos depois, Rebeca, a mulher de Yaakov, e a mãe de Yossef, estava morta e enterrada, já há alguns anos!

No sonho de 18 anos atrás, Yaakov e Yossef “viram” Rebeca se prostrando ante Yossef, mas isto nunca aconteceu.

• Daqui aprendemos que “nunca” um sonho vai se realizar 100%. Sempre vai haver um espaço para a “teoria do caos”. Pois através do nosso livre arbítrio, podemos modificar o nosso destino, mesmo que este nos pareça já traçado.

Juntando os pontos.

Com esta extraordinária historia podemos agora buscar entender o que acontece no mundo dos sonhos, usando uma ferramenta fantástica do judaísmo, a Cabalá.

Quando dormimos, experimentamos algo que chamamos de “sonho”. Durante a noite, temos vários “tipos” de sonhos. Alguns são desordenados. Outros são em decorrência de situações, ou desejos, que experimentamos no dia anterior ao sonho. Outros porque fomos dormir de barriga cheia. Outros parecem muito mais com uma mensagem do céu (ou do inferno). E outros são tão aterradores, que os chamamos de pesadelos.

Há milhares de anos, os nossos sábios perceberam que em uma única noite existem vários “sonhos”. Mas que existe um em especial, o ultimo destes, o que acontece antes de acordar. É sobre este sonho, que hoje a ciência chama de “REM” (Papid Eye Movement), que vamos falar.

Os judeus “sefarditas” (de origem Ibérica/Marroquina) tem num símbolo comum com os árabes. A chamada “Chamsa”, que em árabe significa “cinco”.

Para os árabes, o símbolo é conhecido como a “Mão de Fátima” (filha do profeta Maomé), e está com os dedos virados para cima, como se fosse um “pare”. Serve como amuleto, para proteção.
Já para os judeus cabalistas, a mão está com os dedos para baixo, e tem um significado ligeiramente diferente: Significa os 5 livros da Torá, e os “5 níveis” da alma humana. A “Chamsa” judaica, sempre vem acompanhada de uma reza bíblica.

Os cabalistas entendem que a alma de todo ser humano se divide em 5 níveis. Quando vamos dormir, durante o sonho, somente o 5º nível da nossa alma fica em nosso corpo. Este nível, o mais baixo, é responsável por manter o nosso corpo com um mínimo de energia vital.
Os outros 4 níveis, saem de nosso corpo, e vão para outros lugares metafísicos, onde vão encontrar outras pessoas, anjos, e o que mais nos fascina, uma “janela para o futuro”.

Este conceito, que para os cristãos pode parecer meio espírita, é 100% judaico. Alias vamos explicar um pouco melhor o que acontece durante esta “viagem da alma”.

A viagem da Alma.

O judaísmo nos ensina que ao dormir, os 4 níveis superiores da nossa alma vão “viajar” para um mundo metafísico. Ao chegar neste mundo, uma parte (uma pequena parte) é julgada pelos nossos atos.

• Desta forma didática, o judaísmo nos transmite que os nossos atos são julgados “todos os dias” da nossa vida.

As “pequenas partes” que são julgadas, não irão retornar quando acordarmos. Ficaram em um lugar especial, esperando a ressurreição dos mortos, que acontecerá no futuro, quando o Messias vier.

Enquanto dormimos, podemos experimentar um dos 4 tipos de sonhos, que veremos mais adiante.

Enquanto “vivenciamos” o nosso sonho, “vemos”, “ouvimos”, “pensamos”, e até “sentimos”. Mas quando acordamos nada disso recordamos. Por quê?

Não seria tudo mais fácil se lembrássemos de tudo? A Cabalá nos explica que isto não vai acontecer, para que sempre possamos exercer o nosso “livre arbítrio”. Se soubéssemos o que vai acontecer “antes”, não seria “livre arbítrio”, seria “trapaça”. E se for assim, não seriamos responsáveis pelas nossas escolhas. E se não somos responsáveis pelos nossos atos, estes jamais seriam julgados pelo Criador, pois estaria “tudo programado”.

• Alias, a vida em si, seria apenas um “jogo” do Criador. Esta idéia é a idéia da mente greco-romana. Mas é totalmente incompatível com o judaísmo.

Porem, todas as cenas de nosso sonho foram registrado em nosso subconsciente. Por isso, quando estamos em determinado lugar, situação ou com certa pessoa - do nada, acontece um “estalo” em nossa mente, e ficamos com cara de bobo e dizemos “Ei! Eu já vi isto antes...”. A este fenômeno chamamos de “Déja-vu”.

Foi exatamente isto que aconteceu com o faraó na historia de Yossef. A resposta que Yossef deu, funcionou como um “gatilho”, que acionou a mente de faraó, e ele mesmo achou a resposta dentro dele. Pois esta sempre esteve dentro da mente de faraó. Apenas este não lembrava...

Os tipos de sonhos.

Segundo a visão judaica, podemos experimentar um de quatro tipos de sonhos possíveis.

1. O sonho “comum”. Derivado de experiências vivenciadas em nosso cotidiano, ou desejos reprimidos. Também acontecem quando comemos algo que não deveríamos ter experimentado à noite. Ou quando estamos um tanto doentes.
Normalmente estes sonhos são “desordenados”.

2. Uma “mensagem dos céus”. Algo que “pode” acontecer, ou não, de acordo com as nossas escolhas. Na realidade seria um “aviso”, ou “sinal”, de que algo de bom ou de ruim “pode” acontecer.
Cabe a nós decidir, através de nosso “livre arbítrio”, se este sinal vai ser concretizado ou não.

3. Uma “profecia” de algo que vai acontecer independente de nossas escolhas. Como por exemplo, a morte de algum ser querido. Este tipo de sonho é profético. Vai acontecer, queiramos ou não.

4. Os chamados “pesadelos”. Claro que vamos separar os pesadelos que se originam por febres, ou altas quantidades de comidas que foram ingeridas antes de dormir. Estamos nos referindo aos sonhos, nos quais somos atacados por seres, que alguns chamam de “medianos”.

Como ao dormir 4/5 da nossa pureza (vida) está visitando outros lugares, é de esperar que a impureza (morte) tome conta de grande parte de nosso corpo. A impureza atrai estes seres, com os quais teremos que lutar no mundo dos sonhos.

Alguns se referenciam a estes seres como “incubus” (atacam as mulheres) ou “subcubus” (atacam os homens). Outros os chamam de “filhos de Lilith – a bruxa da noite”, outros os chamam de “shadim” (demônios).

No primeiro caso, não devemos dar muita relevância ao conteúdo dos nossos sonhos, pois são apenas segmentos de experiências que vivenciamos, ou desejamos, em nosso dia a dia.
Já no segundo caso, podemos e devemos refletir, rezar, enfim... Usar a nossa mente para podermos tomar a melhor escolha possível, quando for necessário.

O terceiro tipo de sonho é mais delicado. Pois “pode” ser que o Criador nos haja escolhido para transmitirmos “algo” para “alguém”. Não temos muito que fazer, a não ser, usarmos a nossa inteligência e o nosso bom senso para “dar o recado”.

O quarto tipo vem para nos provar, para que cresçamos espiritualmente. Diferentemente do cristianismo, o judaísmo entende que “tudo” vem da parte do Criador. Seja bom, ou ruim, tudo tem a mesma fonte. E Satán (adversário) é apenas um personagem secundário, ao serviço do Criador.

Como as mulheres podem entender melhor o que os sonhos querem dizer, por causa do seu discernimento espiritual superior. Na maioria das vezes, os maridos consultam as suas mulheres sobre o significado dos seus sonhos. Mas lembre-se, que como no caso de Yossef, que na maioria das vezes, a resposta do seu sonho está dentro do seu próprio subconsciente. Apenas precisa de um estimulo externo para lembrar a resposta.

• Por isto os judeus religiosos praticam coisas boas para “entender”, “concretizar”, ou “anular” os sonhos. No caso, se trata de aplicar a “Tsedaká”, a pratica da “justiça social”. Em outras palavras: dar sustento aos pobres.

E o que acontece com as pessoas que não sonham? Bom, primeiramente não podemos confundir “não lembrar” com “não tenho sonhos”. Segundo o judaísmo, alguém que não tem sonhos por 7 dias seguidos, é uma pessoa de "alma má", um perverso.

O que é “pureza” e “impureza”.

O “Sidur”, o livro de rezas judaicas, nos traz como ultima bênção, antes de fechar os olhos, a bênção chamada de “hamapil”, que diz:

Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D’us, Rei do universo, que causas a vontade do sono aos meus olhos e a sonolência as minhas pálpebras, e que iluminas a pupila dos meus olhos... que me faças deitar em paz, e que me faças levantar em novamente para uma boa vida e para a paz... e ilumina os meus olhos para que não durma o sono da morte...

E ao acordar, se recita uma oração chamada de “Modê ani”, que diz:

“Modê ani lefanêcha, Mêlech chai vecayam, shehechezárta bi nishmati bechemlá. Rabá emunatêcha” – “Dou graças perante Ti, ó Rei vivo e existente, que devolveste a minha alma com piedade, grande é a nossa fé em Ti”.

Isto reforça a nossa teoria de que “algo” acontece quando dormimos.

A coisa mais “pura” que o Eterno criou, foi a “vida”, Ele a criou e nos presenteou com ela. Por isto, a idéia cristã do “pecado original” é veementemente rejeitada por qualquer judeu.

D’us nos deu uma alma 100% pura, pois foi Ele quem a criou. Fomos nós, com nossos “pensamentos” e “ações”, que a sujamos, ou a limpamos.

Quando vamos dormir, 4/5 de nossa alma sai de “viagem”. Então 4/5 de nossa “pureza” saiu com ela. E o que acontece quando sai a “pureza”? Isso mesmo! Entra a “impureza”!

• Imagine que tem um copo com 100% de leite, se tira 4/5 do leite, o que vai ficar? 4/5 de ar, ou até 4/5 de vazio, como quiser interpretar.

No mundo espiritual, o judaísmo entende da mesma forma. Se sair 4/5 da alma, por causa do nosso sono, levando a “pureza” com ela. Então o que ficou foram 4/5 de “impureza”. Simples questão de matemática.

Isto se faz mais claro no caso da mulher. Periodicamente a mulher entra no seu ciclo menstrual. Quando ovula, ela gera dentro dela mesma, a base da vida, o óvulo. Mas se este óvulo não for fecundado, então toda a vida, “pureza”, que estava dentro dela, sai. Então entendemos que a mulher está “impura”.

• Mais uma vez: “impureza” não tem nada a ver com “imundície”, como o cristianismo entende, e prega por ai. Mas “impureza feminina”, quer dizer, que a “pureza” (vida) que estava dentro da dela, saiu.

Por isso o judaísmo tem leis que proíbem o homem de se aproximar sexualmente da sua mulher, enquanto ela estiver no ciclo mestrual (TPM). Pois ele jamais vai entender o que a mulher está passando. E pior ainda, o homem não tem como se defender, se tocar na impureza da sua mulher, pois espiritualmente, como já falamos muitas vezes, ele é inferior.

Mas este período de “estiagem” ajuda a melhorar as relações conjugais. Pois se o marido tem que se afastar fisicamente da sua mulher, o que vão fazer enquanto durar a TMP? Eles são obrigados a “conversar”, “dialogar”, colocar os assuntos em dia (coisa cada vez mais rara em nosso mundo pós-moderno). Alem de caber ao homem, o dever de ser o mais carinhoso e compreensivo possível com a sua mulher.

E o que acontece quando a mulher sai da TMP? É uma lua de mel por mês!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Almas Gêmeas

(Varias fontes)

Depois de pesquisar bastante, e esperar o momento apropriado, apresento um estudo sobre "Almas Gêmeas". Peço ao Criador que te seja de muito bom proveito.

Em 2005, a Globo lançou uma telenovela de muito sucesso, nacional e internacional, chamada de “Alma Gêmea”. Tinha como trilha sonora, uma musica de Fabio Jr. cujo título era homônimo do titulo da novela.

Se não estou equivocado, pois não sou um grande fã da Globo (nem muito menos de novela), era algo de um casal, nos anos 20 ou 50, que se conhecem e se apaixonam. A moça morre assassinada, e reencarna em uma índia, e ai começa tudo de novo, até que as duas almas se reencontram (era isso mesmo? Bom, que seja...).

Muita gente entende que a idéia do ser humano ter uma alma gêmea é de origem “espírita”. Mas isto se deve em parte, a que o “espiritismo” é uma das poucas doutrinas ocidentais a defender esta idéia.

O que acontece, é que o conceito de espiritismo “oriental” é bem diferente do conceito “ocidental”. Muitas pessoas dizem “Sou espírita”, sem ao menos entender de que se trata. E muitas vezes estranham quando “tropeça” com alguma doutrina oriental.

O espiritismo ocidental é, em ultima análise, um hibrido de cristianismo (Jesus, santos, etc.), budismo (lei da “causa e efeito”, “re-encarnação”), gnose (mundos superiores e inferiores, viagens astrais e a dualidade do “espírito” e da “carne”) e até judaísmo (almas gêmeas, entre outras).

“Spirit”-“ismo”, é uma palavra francesa que quer dizer algo como “doutrina dos espíritos”, ou se formos mais semânticos: “o modo de vida dos/segundo espíritos”.

Mas o conceito da existência das “almas gêmeas” não é espírita, é uma idéia muito anterior, milenar...

Vamos buscar um pouco de informação, na própria Bíblia.

No relato de Genesis, no sexto dia (ou período) da criação, o Eterno criou um ser muito especial, diferentes de todos os demais já criados, e Ele os criou - “... macho e fêmea os criou...”.

Segundo o judaísmo, o Eterno criou “uma” alma para o ser humano. E ao entregar esta alma a este ser, dividiu-a em “duas”. Ou seja, “metade” para o homem (macho), e metade para a mulher (fêmea).

Por isso, 40 dias antes de um ser humano nascer, uma “voz celestial” diz: “...’Fulano’ é alma gêmea com ‘Beltrana’...”

O relato do Genesis nos fala que o Eterno criou o “homem” (“ser de sangue” – Adam) e depois a “mulher” (“ser de vida” – Chavá – Eva). Mas é só quando eles se encontram, e se unem, é que se fala do “ser humano”. Antes da sua união, são apenas “homem” e “mulher” – Seres “pensantes”, mas “individuais”... Incompletos. Cada um com os seus instintos, desejos, sonhos, medos e ambições e... Frustrações.

Quando o “homem” e a “mulher” se juntam (e aqui não me refiro à uma simples ”aventura”, um “ficar”, ou um “namorico” qualquer), estes “fundem-se” em um único ser, o “ser humano”, capaz de refletir a “imagem” e a “semelhança” do seu Criador. Esta união afeta não somente o mundo físico, mas como também o mundo espiritual.

Talvez seja por isso, que no dia do casamento, o Eterno permite que as almas de 3 gerações de antepassados, possam testemunhar o casamento dos seus descendentes. Alem de perdoar todos os pecados que o casal tenha cometido anteriormente. Claro que é assim que o judaísmo vê as coisas, já o cristianismo, vê as coisas de outra forma.

A Escolha:

O judaísmo, e especialmente a Cabalá (ou Kabalah), nos ensina que somente poderemos experimentar a “plenitude” em todas as áreas da nossa vida, somente quando encontramos a “pessoa certa”, ou seja, à nossa “alma gêmea”. Isto é muito excitante. Mas também pode ser muito frustrante.

Vamos pensar um pouco: O que aconteceria, se os que se unem não possuem a metade da alma original? Ou seja, e se foram duas metades de duas almas diferentes? O que acontece?

E se formos levar esta idéia adiante... O que pode acontecer com aqueles que se unem por alguma situação, ou circunstancia, aléia à sua vontade. Como por exemplo, no caso de gravidez indesejada, por conveniência econômica, política, religiosa, ou o pior dos casos: pura precipitação?
Será que, se não encontramos a nossa “alma gêmea”, estamos condenados à infelicidade e frustração eterna?

O judaísmo nos ensina que o Eterno nos criou, alem de uma “inteligência”, que nos permite comer “com garfo e faca”, com uma “consciência”. Esta “consciência” tem a capacidade de “avaliar situações” e “tomar decisões”, ou seja, “escolhas”.

Seja para o “bem”, ou seja, para o “mal”. Nossa consciência é 100% “livre” para escolher entre mais de um caminho (ou alternativas).

Mas como podemos exercer este maravilhoso dom? A verdade é que muitas vezes não queremos usar este dom. Pois por trás de cada “escolha”, existe uma “conseqüência”. E como temos o conhecimento cognitivo deste principio, odiamos ter que tomar decisões. Principalmente aquelas que afetam a nossa “zona de conforto”, quando achamos que estamos seguros em nosso mundinho. Por isso, as mudanças nos assustam.

É certo que D’us (e não o diabo), cria situações que constantemente nos coloca no “fio na navalha”, onde somos obrigados a ter que tomar uma decisão. E estas situações nos impelem a escolher pelo “bem”, ou escolher pelo “mal”. Então nossos atos serão julgados.

Podemos dizer um monte de coisas sobre nos mesmos, como por exemplo, que somos: bons, justos, fieis, religiosos, amáveis, compreensivos, companheiros, humildes, etc, etc... Mas, somente quando o nosso caráter é “provado”, através de uma pessoa, situação ou circunstancia, é que vemos quem realmente somos.

Se escolhermos o “bem”, seremos recompensados com o “bem”. Mas se escolhermos o mal, seremos recompensados com o “mal”. Isto nos parece obvio e justo. Não é a toa que as mensagens dos filmes, com raras exceções, é que sempre “o bem sempre ganha”.

Mas o que ignoramos, é que isto não é uma lei universal. Às vezes, “coisas más” acontecem com “pessoas boas”, assim como “coisas boas” acontecem com “pessoas ruins”. Mas isto é outra historia...

Esta capacidade de escolha é o que chamamos de “livre arbítrio”.

É aqui que começa a historia...

Não pense que D’us complica as coisas. Ele sempre vai dar um jeito de que as “almas gêmeas” se encontrem, mesmo que nasçam em países diferentes. Por outro lado, D’us, contrariando os movimentos GLS, não vai colocar as almas gêmeas em dois homens, ou em duas mulheres. Sempre as “almas gêmeas” são compartilhadas entre um homem e uma mulher.

Mas como saber se a pessoa com a qual estamos é a nossa “alma gêmea”? A resposta é simples: “nunca você vai ter certeza”. E por que? Porque você precisa exercitar, sempre, o seu “livre arbítrio”.

Para ajudar, existem algumas “pistas” que vão nos mostrar se estamos com a nossa “alma gêmea” ou não, é isto que vamos mostrar mais adiante.

Você deve entender que tudo está sujeito ao nosso “livre arbítrio”. Logo, você pode até encontrar a sua “alma gêmea”, ter as pistas necessárias que mostram isso, mas por uma questão de “escolha”, você decide por outro caminho. Você perdeu a sua “alma gêmea”, mas cresceu ao exercer o seu livre arbítrio.

Por outro lado, você pode não estar com a sua “alma gêmea”, mas o seu “livre arbítrio” escolhe esta pessoa assim mesmo. Você perdeu a sua “alma gêmea”, mas cresceu ao exercer o seu livre arbítrio.

Isto é muito interessante, pois você pode não estar com a sua “alma gêmea”, e mesmo assim, ser feliz. Como você pode estar com a sua “alma gêmea”, e não ser feliz. Tudo depende do exercício do seu “livre arbítrio”.

Mas se é assim, que vantagem tem de conseguir sua “alma gêmea”?

A Cabalá (ou Kabalah) nos fala que somente com a nossa “alma gêmea” é que poderemos ser “completos”. Ou seja, somente com a nossa alma gêmea alcançaremos a plenitude material, saúde, espiritual, etc., que nos está reservada. Mas se não escolhemos a nossa alma gêmea, poderemos chegar muito perto da plenitude, e nos contentarmos com isto, mas nunca seremos plenos.

Como podemos ver, tudo se ressume às “escolhas” que fazemos. O Criador não decide por nós. De pouco vai adiantar dizer: “vou rezar, e esperar para ver o que o Eterno decide por mim”. Não se engane. D’us realmente espera que nos tomemos a decisão. Para isso fomos criados.

Sabendo escolher:

A cultura Anglo-Saxônica nos legou duas doutrinas que exercemos inconscientemente, e quase que diariamente. A 1ª diz: “eu mereço!”, e a segunda, e mais famosa, diz: “não é da sua conta!”. Estas doutrinas nos têm empurrado para toda sorte de tragédias, principalmente as tragédias do relacionamento afetivo.

Se conversarmos com os nossos conhecidos, com raríssimas exceções, estes vão concordar que é necessário “experimentar antes”, para ver “depois” se há jogo. Este tem sido o comportamento “default”, que temos aprendido através da mídia anglo-saxônica que atravessou nossa cultura tupiniquim.

Mas veja o que as maiores universidades, destas mesmas nações saxônicas, têm a dizer.

Pesquisadores da Universidade de Cornell, na Nova Escócia, levaram 10 anos para concluir que os jovens casais, que começaram suas atividades sexuais “antes” do casamento, têm um aumento expressivo na quantidade dos sintomas “psiconeuróticos”, comparados a casais da mesma idade, que começaram o sexo “depois” do casamento.

Você pode não concordar com esta pesquisa, por isso vamos a trazer outras.

A Universidade de Harvard apresentou outra pesquisa, mostrando que as pessoas que se iniciaram no sexo de forma “descomprometida”, são mais “depressivas”, mais “ansiosas”, mais “agitadas”, com menor “auto-estima” e com mais “conflitos inibidores”, do que as pessoas que iniciam o sexo de forma “comprometida”.

A pesquisa conclui que os relacionamentos mais estáveis, são aqueles em que os pares iniciaram o sexo “após” a sua união. E que as maiores taxas de “traição” e “divorcio” estão entre os casais que se iniciaram sexualmente, antes da hora.

Outra pesquisa demonstra que a “parte boa” dos relacionamentos entre homem e mulher, tem data de validade. E isto foi uma baita surpresa. Segundo esta pesquisa, um home leva em média 18 meses para perder o interesse em sua amada. Já a mulher demora 36 meses para perder o interesse pelo seu amado.

Como podemos ver, para o homem, o relacionamento é sempre mais “superficial” e “efêmero” do que para a mulher. Então, as mulheres têm mais chances de se dar mal do que os homens, caso venham a escolher a pessoa errada.

Uma pesquisa da revista Veja nos mostrou que os chamados “quarentões” são muito mais comprometidos nos relacionamentos afetivos, do que os “vintões”. A explicação é simples: Todo “quarentão”, já foi um dia um “vintão”. E ele aprendeu, a duras penas, a como dar valor a um relacionamento. Os chamados “quarentões” não querem perder tempo com “aventuras”, querem ir direto para algo mais definitivo e duradouro. Em relação à paternidade, os “quarentões” vencem mais uma vez. Pois são muito mais carinhosos, equilibrados, companheiros e supridores, em relação à sua prole, do que os “vintões”.

Em 2002, a revista Veja apresentou uma pesquisa da UFRJ de “traição entre casais” brasileiros. O resultado foi “tragi-cômico”. A pesquisadora da UFRJ levantou os dados com o casal: marido na frente da mulher. E o resultado foi que 60% dos homens confessaram que já traíram suas esposas, e isso na frente da sua mulher! E as mulheres confessaram na pesquisa, que 47% das esposas já haviam traído os seus maridos, e isso na frente dos maridos!
  • A pesquisadora da UFRJ, no final da pesquisa, afirma que estes dados não representam a realidade, pois muitos casais, por vergonha, ou outra sensação qualquer, omitiram (ou esconderam) os dados. Ou seja, a realidade é bem pior.
Outro dado interessante, é que a taxa de divorcio no Brasil é de 50%! Isto quer dizer que no mesmo cartório onde são registrados “dois” casamentos, é registrado “um” divorcio.
Mas como isso acontece? O melhor, por que acontece?

Um dos principais motivos é por que os casais se conhecem da “forma errada”. Vamos dar um exemplo.

  • Um rapaz vê uma linda morena, de belas formas, alta, e de andar elegante, caminhando na praia. Os seus olhos percorrem todo o corpo da moça, dando algumas “paradas” em alguns detalhes do seu corpo. Qual será a primeira coisa que vai vir à mente deste rapaz? “Puxa vida! Como ela deve ser inteligente!”, ou, “Como essa garota deve ser bondosa!”. Acho que não...
Está provado cientificamente, que a visão do corpo feminino (principalmente quando tem pouca roupa) neutraliza a capacidade de “raciocínio” do homem. Já a mulher se importa menos com a beleza física do homem, e mais com o “conteúdo” da massa cinzenta do possível candidato.

E isto não está errado, é para ser assim. O problema está que estas armas de sedução, que o próprio Criador nos deu, podem ser usadas na hora errada, antes do tempo. E ai os resultados podem ser catastróficos, para ambos.

Na intimidade dos beijos, abraços e “amassos”, as pessoas liberam “endorfinas” e “anfetaminas”, que, adivinhe só, trazem uma sensação de “prazer” tremenda. É como se estivéssemos no Paraíso, tudo é um “mar de rosas”. Mas estas mesmas endorfinas e anfetaminas que nos dão prazer, inibem a capacidade de “avaliar”. O que significa que, depois da primeira “noitada”, as pessoas não poderão pensar com clareza, se esta é a pessoa poderia ser a sua “alma gêmea”, ou não. O “livre arbítrio” ficará comprometido.

Por isso, por volta do 2º ano do relacionamento, as pessoas se olham, e percebem que não mais se conhecem. Que não era o que elas imaginavam. O “príncipe” virou “sapo”, e a “princesa” virou uma “bruxa”.

Todas as “ilusões” depositadas no outro, viram “desilusão”. Então partem para outra aventura, carregando uma bagagem de traumas e frustrações, que vão se somar aos traumas e frustrações do futuro parceiro (a). Ou pior, passam a viver uma vida de aparências, uma vida “morta”. As chances de ser feliz ficam mais escassas.

Os opostos se atraem?

A máxima ocidental diz que “os opostos se atraem, e os iguais se distraem”. Isto pode acontecer muito bem no campo da física. Mas veja que interessante, no campo da química, os opostos podem até atrair-se, mas “não reagem”.

Uma recente pesquisa na Universidade de Nothingan (Inglaterra) mostrou que os opostos se atraem somente para relacionamentos “superficiais” e de “curta duração”. O tal do “ficar”.

Segundo a pesquisa (confirmada por outra pesquisa da Universidade de Chicago – USA), pessoas que se envolvem com pessoas completamente “opostas”, são pessoas de “baixa estima”, e que estão muito insatisfeitos consigo mesmo. Por isso buscam parceiros completamente diferentes, para ver se dão algum “sabor” às suas vidas insípidas. Mas logo que “experimentam” o oposto (que pode durar, semanas, meses e até anos), vem a sensação de que com esta pessoa, não se vai a lugar nenhum, a não ser a cama. Então se busca uma forma de descartá-los e se parte para outra.

Isto se conhece como “teoria da curvatura da vara”, que diz que, “quando uma pessoa, ou grupo, está descontente com sua situação, esta busca migrar para o lado exatamente oposto, e mais alem ao que estava anteriormente”. Por isso, pessoas descontentes consigo mesma tendem a radicalizar.

Mas um casal que tem objetivos em comum, tem muito mais chances de dar certo, do que os “opostos”. Agora, ter coisas em comum não significa que ambos tenham que pensar da mesma forma. Não significa que tem que gostar da mesma musica, ou torcer pelo mesmo time de futebol. Individualmente, as pessoas podem ter ambições diferentes, o que é perfeitamente compressível, pois não existem duas pessoas com a mesma cabeça. D’us já nos fez diferentes.

Mas para que um relacionamento tenha futuro, ambas as partes (como diriam meus amigos advogados) têm que estar consciente que os “seus planos”, também são “os planos do outro”, e mais ainda, que o outro está “incluído” em estes planos. Só assim, ambos lutarão pelo “mesmo objetivo” (perceba que usei o singular e não plural).

Relacionamentos em que as partes não se interessam pelo “particular” do outro, ou que vivem uma vida pessoal e outra de casal, não darão certo. Por isso, relacionamentos inter-religiosos são desaconselhados. A “cosmo visão” do casal tem que ser a mesma, a micro-visão não.

Isto muda as regras do “jogo da vida”, pois quando conhecemos alguém, a não ser que não tenhamos nenhum caráter, a idéia não é ter prazer “prêt-à-porter”, mas “conhecer” a pessoa que estamos começando a amar.

A Torá usa um jogo de palavras interessante. Ao invés de dizer que Adam “amou” a Eva, diz que Adam “conheceu” a Eva. Assim como Isaque “conheceu” a Rebeca, e não Isaque “amou” a Rebeca. Por quê? Pois em hebraico, a palavra “yada”, que significa “amar”, pode ser trocada tranquilamente pela palavra “conhecer”.

Os catalisadores:

O grande Rei Salomão, o maior sábio que o mundo já viu, nos deu no seu livro “Shir haShirim” (Cântico dos Cânticos), 4 elementos que nos ajudam a buscar e identificar o verdadeiro e grande amor das nossas vidas.

1. Nos “amamos” a quem “admiramos”. Apesar dos defeitos, nos reconhecemos e admiramos as suas “qualidades”, sejam estas profissionais, espirituais, ou humanas. Ou seja, suas características interiores. Temos que ter em mente que poderia ser com esta pessoa, que passaremos o resto das nossas vidas. Isto transforma o outro em nosso(a) maior e melhor amigo(a), amante, confidente, conselheiro(a) e em alguns casos, até psicólogo(a).
  • O sábios aconselham que busquemos sempre por 3 (três) qualidades básicas na pessoa amada. Independente das demais qualidades, a pessoa amada tem que ser no mínimo: “Bondosa”, “Piedosa” e “Recatada”. Na ausência destas três qualidade, os sábios aconselham: “se afasta, pois vai dar problema mais cedo, ou mais tarde”.
2. Nos “amamos” quando entendemos que “os nossos sonhos podem ser concretizados junto com a outra pessoa”.
Isto é muito sério, pois significa que para compartilhar sonhos, é necessário muita conversa entre o casal. Seja tomando um guaraná, ou um sorvete, ou dando voltas na Lagoa do Taquaral, fazendo compras no Shopping. O conselho, é verificar se os seus sonhos, são os nossos sonhos.
Por exemplo: O mesmo tipo de casa, ou reforma. O mesmo tipo de educação que será dada aos filhos (que em algum momento vão aparecer em cena). Os mesmos planos financeiros. Morar no mesmo lugar. E a visão, de que daqui a 50, 60 ou 70 anos, ainda estejam juntos. Mas se um quer “uma” coisa, e o outro que “outra” completamente diferente, então não vai dar certo.
Por citar os filhos, devemos lembrar que jamais os filhos devem ser “o centro” da união, e nem o “motivo” da união, mas apenas o “resultado” da união. Muitos casais terminam o seu casamento quando os filhos estão grandes e saem de casa. É como se a “missão” se resumisse a botar 2 ou 3 filhos no mundo, cuidar deles, e agora que estão prontos, cada um parte para o seu lado, pois “o que os unia, já se foi”.

3. Nos “amamos” quem nos “ama”. Não parece obvio demais? Ninguém vai querer “sofrer de graça”, se apaixonando por alguém que não está nem ai para nós. Ou pior, quando nos considera o seu amigo(a).
Não podemos ser masoquistas ou platônicos, queremos amar e ser correspondidos. Deixe este sentimento para as novelas da Televisa. Mas muitos casais (casados e não casados) não são recíprocos.
O amor se prova, não por palavras, mas por “ações”. Vamos dar um pequeno exemplo: Imaginemos que o homem foi viajar, a trabalho, num lugar um tanto distante. Ele sabe que a sua amada gosta muito de “Chocolate ao Leite”, mas ele é louco por “Meio Amargo”. Então, mesmo ele detestando o “Chocolate ao Leite”, ele vai numa loja cara, e vai pagar até 4 vezes o preço do similar que pagaria no supermercado da esquina da sua casa. Quando ele chega em casa, antes de entrar, diz: “olha o que te trouxe...”. Ela vai entender (a mulher é muito mais sensível do que o homem), que mesmo estando viajando, com todo o stress do trabalho, ele não deixou de pensar nela. O que acontece quando nos sentimos amados? Retribuímos numa intensidade maior. Lembre: “Amor gera amor”.

4. Nos “amamos” quem nos dá “prazer”. Obviamente aqui se inclui o prazer físico, o prazer sexual. Mas não somente este tipo de prazer que estamos abordando, estamos falando de um prazer mas amplo. É o prazer de poder olhar-la(o), de poder estar com ela(ele), de poder senti-la(o), de conversar com ele(a), de estudar com ele(a), de andar com ele(a).
Neste mesmo assunto, podemos destacar, que apresentar nossa(o) escolhida(a) à nossa familia e amigos vai nos encher de orgulho. Se isto não acontece, se temos vergonha de mostrar nosso par, então podemos deduzir que "algo" está errado.

Você já ouviu alguma musica de algum compositor que criou a musica quando ele estava amando e sendo amado? Como são lindas! As palavras podem ser simples. A métrica pode não ser das melhores. A rima pode deixar a desejar. Mas uma coisa não se pode negar: A música transmite “vida”. Agora, já ouviu uma musica de um compositor que estava amando e não era correspondido. Ou de alguém que perdeu o seu amor. Ou pior; que foi enganado pela pessoa amada. Quanta diferença!

Nossa Inspiração:

Os gregos acreditavam que Zeus (o deus maior do panteão grego) teve um caso amoroso com Mnemesyne. Desta união, nasceram 9 filhas, que inspirariam os homens nas artes, astronomia, comedia, eloqüência, musica, historia, danças, etc. Estas filhas de Zeus eram chamadas de “Musas Inspiradoras”.

Quando estamos com a “pessoa certa”, esta passa a ser a “fonte” da nossa “inspiração”, a “nossa força”, e a nossa maior “motivação”. Porem, lamentavelmente, muitos não atingirão este estágio. Para estes, seus pares serão apenas os seus pares, mas nada. Estar com os amigos, ou em ambientes alegres, é bem melhor do que estar com o seu par.

Mais um item que pode nos ajudar a entender se encontramos a nossa “alma gêmea”, ou não, é que as pessoas em volta ao casal beneficiam-se destes. Como? Eles “emanam” alegria, amor, amizade, etc. Se tornam um casal que podem modificar positivamente todo um ambiente.

Lembra do seriado dos anos 80, chamado de “Casal 20”? Pois bem, aqui temos um bom exemplo. Claro que o seriado é pura ficção, mas sua vida não.

Sem mascaras:

No mundo que vivemos, somos treinados desde pequenos, a usar mascaras. Se nascermos em um lar desequilibrado, o que é muito provável em nossos dias, um dia já vimos o nosso pai usar uma máscara para se relacionar com a nossa mãe, e vice-versa. Vimos até, suas vidas duplas.
Em nossos dias, são poucos os que tiveram a chance de nascer em um lar autentico. E assim, seja na escola, no clube, e principalmente no ambiente de trabalho, tudo o que aprendemos, é usar mascaras.

Mas quando estamos com a “pessoa certa”, somos apenas o que somos. Não usamos mascaras, nada de vida dupla. Esta é uma área que as mulheres dominam bem, pois elas são mais autenticas do que os homens.

Talvez seja por isso, que diante dos grandes amigos somos tão autênticos, pois não temos nada a esconder. Mas a pessoa amada não é um(a) amigo(a). É aquilo que um amigo nunca poderá ser, a nossa “alma gêmea”.

Por falar em amigos, algumas pessoas, já desiludidas com más experiências passadas, começam a olhar alguns amigos, de longos anos, com olhos diferentes, na busca, quem sabe, de um “affair” que poderia dar certo. Mas isto, com raras exceções, não vai acontecer. Um amigo, segundo as Escrituras Sagradas, pode ser maior do que o próprio irmão de sangue. Mas nunca será o complemento da sua Alma.
  • Lembre que “escolhemos” os nossos amigos por critérios completamente diferentes dos que usamos para escolher o nosso par. Se somos “São Paulinos”, dificilmente introduziremos no nosso circulo de amizades um “Corintiano”, é conflito gratuito. Lembre que entre amigos há muito mais coisas em comum, do que entre os pares. Com o nosso par não escolhemos, simplesmente acontece.
Seja imediatamente (o tal de “amor a primeira vista”). Ou, levando alguns meses, vendo, observando, sentindo, avaliando... Quando olhamos para ela(ele), a(o) vemos de forma diferente.

Diante desta pessoa, num primeiro momento, nos sentimos um tanto inseguros. É como se ela(ele) tivesse em suas mãos o botão de “liga-desliga” de nossas vidas. A linguagem dos olhos entra em ação, e fala muito mais alto e claro do que as palavras (que as vezes, simplesmente somem de nossa mente). Por isso, não é raro ver que os que nos rodeiam (trabalho, escola, amigos e família) percebam primeiro de que gostamos de alguém em especifico, mesmo antes de nós. Pois o nosso olhar, já nos delatou.

Mas, não é apenas porque “rolou uma química”, é que já vamos nos aventurar em algo maior, lembre que temos uma mente que pensa. A química diz, “... Eureka! É ela(ele)!” Mas a mente avalia e diz, “agora não, vamos ver mais um pouco...”.

Você me enganou!

Quando você olha para o seu futuro par, você já sacou os seus defeitos? Se sim. Meus parabéns! Senão, volte ao inicio do jogo, e comece tudo novamente.

Um dos grandes problemas no relacionamento entre as pessoas, é que sempre descobrimos os seus defeitos, tarde de mais... Mas porque não descobri-los antes? O que nos impedia ver os defeitos? Será que a pessoa amada(o) nos enganou?

Não, nem sempre o nosso par nos enganou. Quem nos enganou, foi... Adivinhe quem? Exato! Nos mesmos!

Depositamos tantas ilusões em nosso relacionamento, e na outra pessoa. Que imaginamos que com ela(ele), a nossa vida será melhor. Doce ilusão... Alguns matam, e se matam, quando perdem o seu amor.

O relacionamento a dois nunca mudou ninguém para melhor, mas muito pelo contrário. O relacionamento a dois tende a exponenciar o que já somos. Relacionamento a dois será um eterno desgaste, que pode ser direcionado para o “bem”, ou para o “mal”. Não depende do homem, ou da mulher, mas depende de ambos.

A mulher idealiza o seu par numa proporção muito maior do que o homem. Lembre que em 18 meses o homem já começa a cogitar a possibilidade de cair fora do relacionamento. Por isso, “parece” que os reais defeitos começam a aparecer por volta do 2º ano de relacionamento. Mas estes defeitos sempre existiram! Apenas não eram visíveis, pois não queríamos ver a realidade. Agora que o fogo da paixão abaixou, o cérebro começa a funcionar... Avaliar... Questionar... Comparar...

Por que você não muda?...”, ou “Mas, quando você vai mudar?...”, ou pior “... por que você não cresce!”. Quantas vezes escutamos isso de nossos pares? Parece que somos o erro encarnado. O cristianismo diz, “... vamos orar, e pedir para que D’us mude ela(ele)”. Alias, e aqui vai minha critica, uma das maiores entradas de dinheiro nas igrejas são oriundas de orações em que os lideres pedem para que D’us mude alguém em pró do outro. Mas, não foi o próprio Criador que nos fez como somos?

Já a mente judaica pensa diferente: Você não pode pedir que D’us mude alguém. Cabe a você decidir, se vai querer esta pessoa para você, apesar de todos os seus erros. Viu a diferença?

Então não se martirize se alguém não é como você esperava. Não fantasie. Apenas avalie, e muito bem, respire fundo e descida se “sim” ou se “não”. E nunca imagine que o casamento vai melhorar a pessoa. Isto nunca acontece.

Saiba quem é o mais elevado:

Nascemos e vivimos em uma sociedade machista, principalmente na América do Sul, onde na mídia, a imagem feminina está sempre ligada a um produto “prazeroso”, como cerveja, carro, perfumes, etc. O que se deve esperar de uma sociedade destas?

Não é a toa que as maiores perolas do machismo latino-americano dizem: “Mulher tem que ser como liquidação de magazine: Cama, mesa e banho”, ou “Mulher tem que esquentar a barriga no fogão, e esfriar no tanque”, ou “quem manda em casa sou eu”, ou, anote esta: “para o que eu quero, ela não precisa pensar”.

Para finalizar este texto, que ficou longo (eu reconheço), vou contar uma historia da Bíblia.
Pouca gente percebe, mas existe um gigantesco segredo no capitulo 1º de Genesis (que fala da criação de todas as coisas, e do homem), diz a Bíblia:

Então Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra." Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra." (Genesis 1:26-28)

Mas no capitulo 2 acontece algo estranho...

Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado. (Genesis 2:8)

Epa! Não eram homem e mulher? Cadê a mulher então? Por que o homem está sozinho no jardim do Éden?

Para complicar mais ainda...

O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.” (Genesis 2:18)

Como estaria só, se ele já tinha uma companheira no capitulo 1º? Por acaso o homem, recém criado, já estava divorciado?

E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. (Genesis 2:22)

Outra mulher? O que aconteceu com a 1ª?

A teologia cristã fechou pensamento em este relato, alegando que o capítulo 1º de Genesis é repetido no capitulo 2º. Uma boa saída...

Mas o judaísmo, que detém os direitos autorais da Torá, e especialmente a Cabalá (mística judaica) nos conta outra historia muito interessante...

Segundo esta historia, o Eterno teria criado a primeira mulher à partir do fogo. Por isso a palavra “ishá” (mulher) deriva da palavra “esh” (fogo).

Tanto o homem, como a sua primeira mulher, viveram bem por algum tempo... Mas o homem não exerceu com dignidade a autoridade delegada pelo Criador, e começou a abusar de sua autoridade em relação a sua mulher. Ele achou que era superior. Isso soa familiar?

Um belo dia, o homem obrigou à sua mulher a fazer algo que ela não queria. Ao ver a recusa da sua ordem, o homem invocou todo o poder que havia recebido do seu Criador e forçou a sua mulher. Esta se defendeu dizendo que ela, que era feita do fogo, não se submeteria aos caprichos de um ser de barro. Então, desesperada, a mulher invocou um dos nomes secretos de D’us e desapareceu da presença do homem.

Ela se transforma em “Lilith”, o demônio da noite, que é mencionada no livro de Isaias 34:14. Mas as traduções cristãs esconderam o seu nome e a traduzem como “coruja”, ou como “animal noturno”, pelo fato de “Lilith” se tornar um ser noturno.
  • Para os mais modernos, Lilith seria a primeira voz feminista a gritar nas sociedades patriarcais machistas.
Agora podemos entender melhor o espanto e admiração de Adam ao ver sua 2ª mulher...

“Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher (ishá), porque foi tomada do homem (ish).” (Genesis 2:23)

Todas as manhãs, os judeus religiosos, rezam dizendo: “Bendito sejas Tu Eterno, nosso D’us, que não me fizestes mulher”, enquanto as mulheres religiosas rezam dizendo: “Bendito sejas Tu Eterno, nosso D’us, que me fizestes como sou”. Isto não seria um pensamento machista?

Para quem não conhece a religião judaica, com certeza sim. Mas para quem está do lado de dentro, isto tem outro significado. Enquanto o homem é obrigado a usar um "kit" religioso: “Kipá”, “Talit”, “Tzit-tzit” e “Tefilim”, a mulher não usa nada disto. Enquanto o homem deve freqüentar uma sinagoga, ou lugar de oração, a mulher não é obrigada. Enquanto para o homem o estudo da Torá é obrigatório, a mulher nem precisa estudar. Por que?

Porque o judaísmo ensina que se o homem é a purificação da terra, a mulher, ao ser criada do homem, se torna a purificação da purificação. Em outras palavras, a mulher é superior ao homem.
  • Que pena que somente um pequeno grupo de homens pensa assim. A grande maioria pensa o contrario.
Só existe um único ponto em que a mulher é inferior, na força. Isto significa que tudo o que a mulher espera de nós, é apenas a nossa proteção. Isto é tudo. Em todos os demais quesitos, ela leva a vantagem.

Isto também implica que nunca iremos entender as mulheres, apenas as aceitamos como são, e as apoiamos.

As mulheres são dotadas de um enorme e sofisticado sistema de radar. Basta uma olhada em seu companheiro, e ela tira um “raio x” completo da situação. Enquanto o homem não consegue entender que sua amada está querendo apenas um chocolate.

Mas as mulheres querem ser “descobertas” por seus amados, principalmente pelo olhar. Mas estamos cansados, queremos comer, assistir o jornal nacional e ir dormir. Isto fica mais trágico na hora do sexo. Para o homem são 10, talvez 15 minutos de prazer, mas para a mulher foi o dia todo de preparação.

Final:

Buscar a sua alma gêmea será a maior aventura da sua vida. É mais importante do que a sua carreira ou seus negócios. Indo mais longe, será mais importante do que seus pais ou até filhos. Será a busca pela pessoa com quem você compartilhará toda a sua vida. Não vale a pena lutar por isto?

Uns vão encontrar sua alma gêmea em outro pais, outros terão mais sorte e a encontrarm "numa fila de um cinema ou numa mesa de bar" quando menos esperar...

Boris

sábado, 10 de janeiro de 2009

E se fosse no Brasil...

No dia 06/01/2009, o jornalista da Folha, João Pereira Coutinho, de forma muito pedagogica, traduziu o "recente" conflito na Faixa de Gaza.

A opinião publica tem se polarizado ao lado do sofrido povo palestino, criticando duramente, as "supostas" atrozidades que Israel estaria cometendo na Faixa de Gaza. Somente os E.U.A. tem se posicionado a favor de Israel, e recentemente o proprio Egito, que em outros tempos foi um dos maiores opositores ao Estado de Israel.

No Brasil, pouco se "sabe", ou se "entende", deste conflito. O que levou o nosso querido presidente Lula a tecer comentários que mostram um total desconhecimento da causa.

Com vocês, a didática crônica de J.P. Coutinho...

Boris

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Israel está novamente em guerra com os terroristas do Hamas, e não existe comediante na face da Terra que não tenha opinião a respeito. Engraçado. Faz lembrar a última vez que estive em Israel e ouvi, quase sem acreditar, um colega meu, acadêmico, que em pleno Ministério da Defesa, em Jerusalém, começou a "ensinar" os analistas do sítio sobre a melhor forma de acabarem com o conflito.

Israel luta há 60 anos por reconhecimento e paz. Mas ele, professor em Coimbra, acreditava que tinha a chave do problema. Recordo a cara dos israelenses quando ele começou o seu delírio. Uma mistura de incredulidade e compaixão.

Não vou gastar o meu latim a tentar convencer os leitores desta Folha sobre quem tem, ou não tem, razão na guerra em curso. Prefiro contar uma história.

Imaginem os leitores que, em 1967, o Brasil era atacado por três potências da América Latina. As potências desejavam destruir o país e aniquilar cada um dos brasileiros. O Brasil venceria essa guerra e, por motivos de segurança, ocupava, digamos, o Uruguai, um dos agressores derrotados.

Os anos passavam. A situação no ocupado Uruguai era intolerável: a presença brasileira no país recebia a condenação da esmagadora maioria do mundo e, além disso, a ocupação brasileira fizera despertar um grupo terrorista uruguaio que atacava indiscriminadamente civis brasileiros no Rio de Janeiro ou em São Paulo.

Perante esse cenário, o Brasil chegaria à conclusão de que só existiria verdadeira paz quando os uruguaios tivessem o seu Estado, o que implicava a retirada das tropas e dos colonos brasileiros da região. Dito e feito: em 2005, o Brasil se retira do Uruguai convencido de que essa concessão é o primeiro passo para a existência de dois Estados soberanos: o Brasil e o Uruguai.

Acontece que os uruguaios não pensam da mesma forma e, chamados às urnas, eles resolvem eleger um grupo terrorista ainda mais radical do que o anterior. Um grupo terrorista que não tem como objetivo a existência de dois Estados, mas a existência de um único Estado pela eliminação total do Brasil e do seu povo.

É assim que, nos três anos seguintes à retirada, os terroristas uruguaios lançam mais de 6.000 foguetes contra o Sul do Brasil, atingindo as povoações fronteiriças e matando indiscriminadamente civis brasileiros. A morte dos brasileiros não provoca nenhuma comoção internacional.

Subitamente, surge um período de trégua, mediado por um país da América Latina interessado em promover a paz e regressar ao paradigma dos "dois Estados". O Brasil respeita a trégua de seis meses; mas o grupo terrorista uruguaio decide quebrá-la, lançando 300 mísseis, matando civis brasileiros e aterrorizando as populações do Sul.

Pergunta: o que faz o presidente do Brasil?

Esqueçam o presidente real, que pelos vistos jamais defenderia o seu povo da agressão.

Na minha história imaginária, o presidente brasileiro entenderia que era seu dever proteger os brasileiros e começaria a bombardear as posições dos terroristas uruguaios. Os bombardeios, ao contrário dos foguetes lançados pelos terroristas, não se fazem contra alvos civis -mas contra alvos terroristas. Infelizmente, os terroristas têm por hábito usar as populações civis do Uruguai como escudos humanos, o que provoca baixas civis.

Perante a resposta do Brasil, o mundo inteiro, com a exceção dos Estados Unidos, condena veementemente o Brasil e exige o fim dos ataques ao Uruguai.

Sem sucesso. O Brasil, apostado em neutralizar a estrutura terrorista uruguaia, não atende aos apelos da comunidade internacional por entender que é a sua sobrevivência que está em causa. E invade o Uruguai de forma a terminar, de um vez por todas, com a agressão de que é vítima desde que retirou voluntariamente da região em 2005.

Além disso, o Brasil também sabe que os terroristas uruguaios não estão sós; eles são treinados e financiados por uma grande potência da América Latina (a Argentina, por exemplo). A VENEZUELA, liderada por um genocida, deseja ter capacidade nuclear para "riscar o Brasil do mapa".

Fim da história? Quase, leitores, quase. Agora, por favor, mudem os nomes. Onde está "Brasil", leiam "Israel". Onde está "Uruguai", leiam "Gaza". Onde está "VENEZUELA", leiam "Irã". Onde está "América Latina", leiam "Oriente Médio". E tirem as suas conclusões.

A ignorância tem cura. A estupidez é que não.

João Pereira Coutinho.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Novo Ano. “Ano Novo”.

Conta a historia, que o imperador Julio César, através de um decreto imperial, declarou como “inicio do ano”, ao dia 1º do mês dedicado ao deus “Janus”, em 46 aEC.

Os romanos tinham um calendário de 12 meses (herdado dos egípcios, que herdaram dos babilônios), e cada mês recebia o nome de uma divindade Greco-romana. Alias, o nome do mês “Janeiro” se origina em “Janus”.

Janus” era representado por um homem com duas faces, uma olhando para frente, e outra olhando para trás. Segundo os romanos, era o “deus das mudanças”. Do passado e do futuro. Por isso os fieis de “Janus” pediam a este deus abençoar todo nascimento, ou novo projeto de vida.

Quando o império romano foi cristianizado pelo imperador Constantino (no século 4 da nossa era), o calendário foi mantido com algumas poucas mudanças. E foi somente o Papa Gregório quem reformulou o “Calendário Juliano” e criou o “Calendário Gregoriano” em 24/02/1582. Este é o Calendário que seguimos hoje, e como o “Calendário Juliano”, o 1º dia do ano foi estipulado em “1º de Janus/Janeiro”.

Por outro lado, os judeus tem o “Rosh haShaná” (cabeça do ano). Esta data comemora o dia em que o Eterno soprou vida no 1º “ser de sangue” (“a-dam” - Adão) e foi declarado na Torá como “Yom Teruá”, ou “o Dia da Aclamação” (Levítico 23:24). Isto acontece todo 1º dia do mês de Tishrei, que em 2008 aconteceu em 29 de Setembro.

Já os chineses têm como Ano Novo, uma data entre 21 de Janeiro e 21 de Fevereiro. Esta data comemora o dia em que Buda chamou todos os animais para uma reunião, mas somente 12 animais compareceram. Em honra a estes animais, eles foram imortalizados no zodíaco, e foi decretado que cada ano honrasse a um animal. E por isso o ano de 2008 foi o ano do rato, e 2009 será o ano do búfalo.

E os islâmicos comemoram como inicio dos tempos, a data que o profeta Mahomé, fugiu da cidade de “Meca” para “Medina”, para escapar de uma perseguição que estava sofrendo, o que teria acontecido por volta do ano 622 eC.

O que me chama a atenção, é que todo “Ano Novo”, em toda cultura, tem uma origem religiosa. Você sabia disso? Talvez não. Mas se não fosse pela religião, o Ano Novo não seria a festa que sempre foi. Seria como uma simples mudança de mês. E ninguém celebra o “novo mês”... Ninguém, a não ser os judeus, nas festas de “Rosh Chodesh” (cabeça de mês).

A palavra “réveillon”, com a qual identificamos a Festa de Ano Novo, é de origem francesa. Esta vem do verbo “réveiller”, que em português significa “despertar”.

Talvez este seja o motivo, do “por que”, em quase todas as culturas, celebra-se o Ano Novo sempre com um caráter de “re-nascimento”. De “re-começar”. De fazer “planos”. Como se fosse um mergulhador que sobe à superfície para tomar um “gole de ar”, e se lançar em mais um mergulho no grande oceano da vida.

Porem devemos ter em mente, que o “Ano Novo” é apenas um dia como outro qualquer. Não é mágico. Não traz nenhuma mudança, a não ser a do calendário.

Mas, o que torna esta data em uma “data especial”, é a nossa “esperança”. Esta é a mágica de que tanto precisamos.

Pessoas que guardam “esperança” em seus corações são capazes de repensar suas vidas. E pessoas que repensam suas vidas podem mudar estas. No que “foram” e no que querem “ser”. Onde chegaram, e aonde queriam chegar.

Esta mágica nos da coragem para exercitarmos o maior presente que o Criador nos deu – o livre arbítrio - A capacidade de poder escolher “um caminho”, entre “vários caminhos”.

E que caminho é este? Bom, queremos um caminho que nos leve mais perto da “justiça”, do “bem”, e da “felicidade”. Pois foi exatamente para isto que o Eterno nos criou.

Por isso, a cada Ano Novo, repensamos as nossas vidas e planejamos, pelo menos em pensamento, que “no ano que vem... pode ser diferente!”. Isto mostra que ainda estamos vivos!

Talvez nos falte coragem de realmente tomar os primeiros passos que vão, de fato, mudar o nosso destino. Mas se não dermos os primeiros passos, e ficarmos na maldita “zona de conforto”, onde tudo funciona como estávamos acostumados, nada vai acontecer, e nossa "esperança" vai definhando a cada ano.

Lembre que são as pessoas sem esperança, as que perdem o contato com a vida, e acabam cortando os pulsos, ou pulando do 9º andar de um prédio qualquer. Por outro lado, as pessoas com um minimo de esperança fazem barulho, chamam a atenção, gritam, choram, dizem que vão se matar, mas não se matam. Pois elas só querem chamar a atenção para a sua dor.

O judaísmo nos ensina que o nosso futuro não está determinado, mas que ele é construído de “acertos” e “erros”. Às vezes mais “erros” do que “acertos”. Mas enfim! C´est La vie!

Por isso, meu amigo(a), neste Ano Novo, dê-se o luxo de reavaliar a sua vida. Faça planos! Mas junto com estes planos, inclua os primeiros passos necessários que vão mudar o atual curso da sua vida.

Planeje o tão prometido “regime”. Mas também comece (depois da ceia, evidentemente) o dito cujo regime. E coloque um tênis, e vai andar na lagoa! Ninguém emagrece sentado e comendo.

Quer reavaliar a sua saúde? Marque uma consulta com o médico da sua confiança, e siga as suas orientações. Os médicos não têm bola de cristal para adivinhar a sua saúde. E pelo amor do Eterno, não se auto-medique!

Seu atual emprego está um saco? Atualize os seus conhecimentos! Busque a reciclagem, e se lance no mercado. Com raras exceções, as empresas não sabem que você existe.

Finalmente, onde a maioria fica... fica... fica... E não anda, nem para frente, nem para trás. Refiro-me à mal fadada “área sentimental”. Saiba que é aqui, onde você tem que investir todo o seu esforço.

Lembre que fomos criados pelo Eterno para “buscar a justiça”, “fazer o bem”, e “experimentar a felicidade”, nesta vida.

O dia que comparecer diante do tribunal do Eterno, não vai ser parabenizado pelas empresas que fundou. Nem pelas casas, ou carros, que adquiriu. Nem por toda a grana que ao longo da sua curta, repito: “curta” vida juntou. Mas a grande pergunta que ouvirá do Criador será: “O que você fez da sua vida?”.

O que vamos responder?

Para finalizar: Nenhum filme representa tão fielmente isto, como a crônica judaica registrada no filme “Click”. Onde Adam Sandler é um patético arquiteto que recebe um presente dos céus: Um controle remoto que vai mudar a sua vida para sempre. E através dos saltos que dá na sua vida, se torna um homem rico e poderoso. Mas perde sua esposa e seus dois filhos. Ou seja: ganhou nada, perdeu tudo!

As vezes que ficou completamente “aloprado” com a vida, jogo xadrez com o meu note-book. E sabe o melhor? Ganho todas as vezes! Não importando em que nível jogo (principiante, médio, ou avançado).

E sabe como consigo esta proeza? Simples! Eu trapaceio!

Tem um comando no jogo do Xadrez do Windows Vista, que se chama “Desfazer”. Ou seja, se eu fizer uma jogada errada, então pressiono as teclas “Ctrl + Z”, e Voilá! Volto uma jogada, e começo tudo novamente. E assim vou... Até ganhar o jogo, que pôde durar horas!

Mas o Eterno, quando nos deu o livre arbítrio, na sua infinita sabedoria, não nos deu o bendito botão “Desfazer”. E assim, quando tomamos decisões erradas, não temos outra opção a não ser arcar com as conseqüências dos nossos erros ou acertos. Não temos “Ctrl+Z”.

Ele realmente espera que aprendamos com os nossos erros, não importa se temos 20, 40, 60 ou 80 anos. Mas nem sempre estamos dispostos a aprender. Por isso o Eterno cria situações, nas quais demonstraremos nosso “melhor” (quando aprendemos), ou nosso “pior” (quando desaprendemos tudo).

Por isso meu amigo(a), tire um “tempo” para si. Olhe para atrás, e veja o que "planejou" e "deu certo", assim como veja o que "planejou" e "não deu certo". Lembre que nesta vida, o relógio sempre anda para frente. Logo não viva no passado, mas “aprenda” com o seu passado para melhorar o seu futuro.

Transforme este “Novo Ano” em um “Ano Novo”

Feliz Ano Novo!!!
Boris Alday

domingo, 28 de dezembro de 2008

Dos Andes para Israel.

(fonte: “La Revelacion” de Graciela Mochkofsky, Editora Planeta Arg.)

Faz algumas semanas me deparei com uma impressionante historia de Graciela Mochkofsky, uma jornalista argentina, filha de mãe católica e pai judeu polonês.

A própria Graciela conta como “tropeçou” com a história: Certo dia, ela estava fazendo uma pesquisa na web para escrever um novo artigo para o jornal onde trabalha. No meio do “Google”, ela achou “por acaso”, uma carta de um rabino americano, na qual o rabino estava pedindo dinheiro às comunidades judaicas de USA, para ajudar a uma comunidade de “judeus-incas”, que ainda estavam em Peru à fazer “aliá”.

Chama-se “aliá”, o direito (legal) à cidadania israelense, a todo judeu de “nascimento” ou “converso”, desde que este último tenha feito sua conversão seguindo a linha ortodoxa.

(*) O governo de Israel não reconhece, para efeitos de “aliá”, conversões oriundas do judaísmo “liberal” ou “reformista”. Quanto ao chamado “judaísmo messiânico” ou “nazareno”, as autoridades de Israel ainda os consideram como linhas do cristianismo evangélico e não judaísmo.

Intrigada com a existência de “judeus incas” a jornalista argentina entrou em contato com o rabino americano. Mas este já havia falecido (suas cartas ficaram registradas na internet mesmo depois da sua morte), e sua viúva, que tinha sotaque latino-americano, lhe contou uma historia fascinante que vou resumir a seguir.

Por volta de 1944, numa pequena e pobre cidade peruana de nome “Cajamarca”, ao norte de Lima, um jovem adolescente de 17 anos, de nome “Segundo Villanueva” recebe como única herança do seu pai, uma velha Bíblia Católica.

Por causa da violenta morte do seu pai, que fora assassinado, Villanueva mergulhou na Bíblia Católica em busca de algumas respostas. Mas ao invés de ir para o conforto espiritual do chamado “Novo Testamento”, Villanueva ficou no primeiro livro da Bíblia, o livro de “Bereshit” – Genesis.

Depois de estudar a Bíblia por longos anos, Villanueva tropeçou com os engessados dogmas católicos. Isto fez com que Villanueva migra-se para à igreja protestante.

Na igreja protestante, um pouco mais liberal para o estudo e interpretação da Bíblia, Villanueva estudou mais a fundo, e começou a perceber uma “verdade” que paira como uma sombra obscura por cima do cristianismo. A de que existe uma grande diferença entre o que “diz” a Bíblia e o que a igreja “pratica”.

Por causa da descoberta do “abismo” que existe entre a “teoria” e a “pratica” cristã, Villanueva se lançou, mais uma vez, em busca de respostas. E isto o levou a experimentar os vários sabores do cristianismo evangélico. De batista, à adventista, à carismático. Até que por volta do ano de 1960 ele acabou fundando uma denominação independe.

Segundo a escritora e jornalista, Graciela Mochkofsky, “Villanueva estava com fome de descobrir a grande pergunta de todos os tempos: Qual é a verdade?”

Villanueva não sabia onde estava a verdadeira fé religiosa. Mas já estava convencido de que esta, não se encontrava no cristianismo. E assim começou a buscar respostas no judaísmo. E como quase toda a comunidade judaica de Peru se concentra em Lima, Villanueva levantou alguns poucos recursos, e viajou à Lima, em busca de respostas.

Mas dizem por ai, que todo caminho em busca da verdade é sempre difícil.

Por essas coisas que os rabinos não conseguem explicar satisfatoriamente, as comunidades judaicas de latino-america, com raras exceções, são extremamente fechadas para os extranhos. O medo a que desconhecidos venham à sua comunidade e tomem suas filhas ou filhos, e/ou que estes venham a buscar ascensão social e financeira às suas custas, fazem com que as comunidades simplesmente fechem as portas para os “Guer Tzadik” – Os conversos justos.

(*) Em outros lugares, como USA e Europa, onde existe menos desequilíbrio social, esta aversão pelos estranhos é muito menor. E em alguns lugares, inexistente.

Isto se deve, em parte, à que a “halachá” (a lei judaica) diz que depois que um “não-judeu” se converte (sempre pela linha ortodoxa, é claro), ele é 100% judeu, e alguns rabinos dizem que é 120% judeu (ou seja, um convertido é mais judeu do que um natural), e não pode haver nenhuma diferença entre o “natural” e o “converso”, e o mais delicado de tudo, nunca vai deixar de ser judeu, não importa o que faça, ou deixe de fazer.

Mas como todo “grande muro” sempre tem uma “pequena porta” (ou janela), Villanueva encontrou a simpatia de alguns poucos judeus, que o presentearam com alguns livros de judaísmo, como “Sidur” (livro de orações), “Talmud” (livro de estudo), “Shulchan Aruch” (livro de leis), alem da própria “Torá”. E o melhor de tudo, em castelhano.

Estudando estes livros, Villanueva não teve como não fazer as habituais comparações entre o cristianismo/ judaísmo e as Escrituras. E então, começou a ministrar alguns ensinamentos considerados exclusivamente judaicos. Como “kashrut” (comida apropriada), “Shabath” (guarda do sábado) e outros temas. No final disto, mais de metade da comunidade o abandonou. E ao sair gritaram para ele: “Seu Anticristo!”.

Villanueva, com menos da metade dos seus seguidores, continuaram estudando as escrituras. E ai veio outro momento ruim: O “Brit Milá” (Circuncisão). Villanueva estava convencido que de o “Brit” não era algo somente “espiritual”, como ensina o cristianismo. Mas que se tratava de um assunto literal e “cirúrgico”.

Novamente, metades dos membros o abandonaram, por considerar o rito da circuncisão, uma decisão extremante difícil de ser tomada. O que convenhamos, é uma decisão muito difícil de ser tomada.

Um dia, quando Villanueva estava lendo um jornal peruano, ele se deparou com uma noticia da celebração da “guerra dos 6 dias” de Israel. Foi então que ele entendeu que ainda existia a nação de Israel. E seu desejo de ir morar na chamada “Terra Santa” cresceu dentro dele. Mas sem nenhum recurso à mão, ficou apenas no sonho. Nada mais.

Por mais de 20 anos Villanueva, e seus amigos, seguiram algo parecido com o judaísmo ortodoxo, sem sequer ter um rabino que os ajuda-se. Mas um rico empresário, de uma das comunidades de Lima, ficou intrigado e foi ver “in loco”, como Villanueva e seus seguidores viviam.

Quando o empresário judeu viu a pequena comunidade de Cajamarca ficou pasmo. E assim ele se empenha em ajudar de alguma forma ou outra à nova comunidade de conversos. A primeira coisa que este empresário fez foi buscar um rabino em terras estranhas. E assim chamou um rabino de USA. O mesmo rabino, que no inicio da historia estava levantando fundos entre as comunidades de USA para ajudar os judeus incas.

O rabino começou a orientar à nova comunidade na ortodoxia judaica oficial, e chamou outros rabinos de Israel para participar do processo. Por volta de 1990, depois de verificar um a um a honestidade da sua fé de cada membro da comunidade, os rabinos sacramentam definitivamente a conversão de toda a comunidade, e comunicam o Gran-Rabinato em Israel.

Até o rabino acabou encontrando sua “alma gêmea” entre os conversos da comunidade inca, e quando terminou o seu trabalho, voltou com a sua esposa peruana para USA. A mesma que relata esta historia à jornalista argentina.

Por volta de 1990, o rabino americano consegue finalmente levantar os fundos necessários para conseguir o que parecia impossível... A migração de toda a comunidade inca para Israel.
Em 1991, com a ajuda do Gran-Rabinato, e da autorização do governo de Israelense, quase toda a comunidade migrou para Israel, onde se estabeleceram nas colônias da palestina. Ao todo, quase 200 pessoas.

Os remanescentes, os que por um motivo ou outro não migraram em 1991, ficaram em Peru. Mas ao invés de abandonar o caminho, eles perseveraram e fizeram crescer novamente a comunidade judaica inca, em Peru.

Entre os anos de 2001 a 2005 todos os judeus incas deixaram o Peru com destino a Israel, onde residem até hoje. Uma comunidade de quase 400 “ultra-ortodoxos”.

Por volta de 2006, Segundo Villanueva faleceu com quase 80 anos. Ele foi enterrado na Terra Santa, como judeu e cidadão israelense.

A jornalista argentina, Graciela Mochkofsky, registrou tudo isto no seu livro chamado “La Revelación – Uma historia real”. E esperamos que algum dia esteja disponível no Brasil.

Mais detalhes:
http://www.youtube.com/watch?v=to_x5MT8IW4
http://www.youtube.com/watch?v=VLf2yC9qBME
http://www.youtube.com/watch?v=B8CZgkGYW7w&feature=related

O Livro:
http://www.lsf.com.ar/libros/37/REVELACION-LA/

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Quem é o criador de Shrek?

(fonte: chabad)

Faz uns 4 anos, fui surpreendido com uma matéria do site “chabad”, o qual assino há bastante tempo.

Esta matéria me chamou a atenção, pois eu sou fã de carteirinha da série “Shrek”. Alias, quem não é?

Quando assisti o 1º Shrek, em 2001, reconheci vários ensinamentos “judaicos”. Estes eram muito claros para mim, pois foi nesse ano, em que trabalhava em São Paulo, que iniciei meus estudos de Torá.

Lembro até hoje... Eram todas as 2ª feiras à noite, numa sala de escritório, no “Teatro Procópio Ferreira”, na rua Augusta Nº 2823. Depois do estudo, descíamos para uma confraternização (comida + bebida + muita conversa) que acontecia simultaneamente no “Back Stage Café”, o café do mesmo Teatro. Ali nos reuníamos com o “moré” (professor), o rabino, e um monte de pessoas que estavam buscando conhecer o judaísmo, como eu.

Quando comentei com meus amigos, e alunos de seminário, sobre a “mensagem judaica” do filme, não fui parabenizado pela minha descoberta, pelo contrário, me chamaram de “judaizante”.

Em 2004 foi lançado o 2º filme de Shrek. Agora não tinha dúvidas. O filme estava “empesteado” de ensinos judaicos. Dava para ver de longe. Só não via quem nunca tinha estudado Torá.

Comentei com meus amigos, e com a congregação à qual pertencia, mas salvo uma ou duas pessoas, o resto foi a habitual censura. Por isso guardei esta historia... até hoje.

A história de David N. Weiss, o criador de Shrek, em algum ponto se cruza com a minha, e por isso me é tão significativa. Claro que a historia dele é 100 vezes melhor!

Esta historia esteve disponível na web no site do “chabad” até um tempo atrás. Mas este último ano foi retirada do ar. Por isso, tive certo trabalho para re-compilá-la. (Tenha em mente que esta materia foi ao ar em 2004/2005).

Espero que lhes seja de algum proveito.

Boris.

- * -

A história pessoal do criador de Shrek.

O trabalho mais recente de David N. Weiss, um escritor indicado ao prêmio Emmy, é “Shrek 2”, o filme de maior sucesso atualmente nos Estados Unidos. O filme conta as peripécias de um Ogro esquisito que vive em um pântano (Shrek) e casa-se com uma linda princesa. Ao longo do filme, descobre o sentido mais profundo do casamento, de sua identidade e da dedicação ao próximo.

Weiss tem uma história pessoal fascinante: foi criado em uma família judia assimilada, tornou-se um pastor cristão e finalmente retornou ao judaísmo. Atualmente David Weiss tem 44 anos, é casado e tem dois filhos.

Chabad: Shrek 2 é um grande sucesso – quebrou o recorde de bilheteria de Jurassic Park e em breve será o desenho animado com a maior bilheteria de todos os tempos. Você já esperava isso?

Weiss: Eu sempre soube que o filme começaria por cima, baseado no sucesso do primeiro filme. Mas você deve lembrar-se que terminei de escrever Shrek 2 há dois anos, e neste estágio do processo você ainda não tem uma visão geral do que vai sair daí. Em animação, os desenhistas são muito importantes. No estúdio, você vê esses animadores interpretando algumas cenas, fazendo caras engraçadas diante do espelho, e isso é o que há de mágico no script. Nós esperávamos que tudo isso desse certo, mas nunca podemos ter certeza até ver a reação do público.

Chabad: As crianças adoram Shrek 2, mas no desenho há mensagens mais profundas, direcionadas aos pais. Você inclui algum tema especificamente judaico?

Weiss: Na verdade, um dos temas principais do filme é baseado em algo que eu ouvi do rabino Shlomo Goldberg (que por sua vez ouviu do rabino Noach Orlowek). É a definição de amor: “O que é importante para você é importante para mim.”. No filme, após casar com a princesa Fionna, Shrek presume que eles viverão no pântano. Porém, o pai de Fionna começa a tramar para um plano para trazer sua filha de volta ao palácio. O rei age sobre a auto-estima de Shrek, fazendo-o sentir que ele arruinou a vida da pobre menina. E há muitos argumentos que fazem Shrek, e até mesmo o público, acreditar que talvez isso seja verdade. No início, Shrek é bem egoísta em relação a isso, e quer que Fionna fique com ele no pântano. Mas depois ele tem outras idéias: “Talvez Fionna seria mais feliz como uma princesa, em vez da Ogra na qual eu a transformei”. E é porque Shrek ama muito Fionna que ele decide dar a ela a porção mágica “e viveram felizes para sempre” , deixando-a retornar para a vida no palácio. Isso não porque é o melhor para ele, Shrek, mas porque ele deseja isso para o bem de sua amada.
No encontro com os executivos da Dreamworks (muitos dos quais são judeus), às vezes eu mencionava que isso era um pensamento judaico tradicional. É realmente o tema básico do filme, e estou orgulhoso de ter levado as coisas nesta direção. Assim, através de Shrek, um pouco da sabedoria judaica está sendo revelada a milhões de pessoas.

Chabad: Como foi sua criação, qual era a sua ligação com judaísmo ?

Weiss: Fui criado no reformismo, e judaísmo para mim significava basicamente as pinturas de Chagall, o Holocausto e plantar árvores em Israel. Mas eu era mais interessado em espiritualidade. Eu ouvira a história de Avraham, que entendeu ainda jovem que deveria haver algo maior que ídolos, maior que o sol, a lua e as estrelas. Essa história realmente me impressionou. Eu me lembro que quando tinha 6 anos eu acordava no meio da noite pensando no que acontecia quando você morria, se não havia algo mais na vida e no universo. A idéia de que a vida acabava quando se morria era muito assustadora para mim.

Chabad: Então você se interessou mais pelo judaísmo?

Weiss: Não, porque eu achava que acreditar em D’us e no céu eram idéias cristãs, era algo como “nós não acreditamos no que eles (os cristãos) acreditam”. Mas eu estava determinado a buscar D’us.

Chabad: E como você se satisfez?

Weiss: No meu colégio em Ventura (Califórnia), dos 2800 alunos, somente 7 eram judeus. Todos os meus amigos iam para a Igreja. Certa vez tive uma conversa noite adentro com um pastor, que me convenceu por argumentos lógicos a acreditar em D’us. Isso fez com que eu quisesse me tornar cristão. Eu teria me tornado um judeu observante se naquela ocasião um judeu tivesse me convencido sobre D’us.

Chabad: Isso é um salto muito grande: do “bar-mitzva” para a “comunhão”.

Weiss: Na verdade, Jesus era a pedra no meu sapato que veio com o pacote. Eu não gostava do nome “Jesus” e eu não consegui pronunciá-lo por talvez um ano. Havia partes do cristianismo que não funcionavam bem para mim, e eu as ignorava. Mas eu estava em uma busca desenfreada por D’us e esse era o único caminho que me fora oferecido. Então nos próximos 17 anos eu trabalhei como pastor para a juventude, produzindo filmes e peças para jovens.

Chabad: Mas então alguma coisa fez você mudar de idéia.

Weiss: Em 1989 eu estava rodando um filme na Irlanda e em minhas horas vagas, trabalhava como pastor na igreja presbiteriana local. Havia um jovem judeu ortodoxo trabalhando no estúdio de filmagem chamado David Steinberg (atualmente ele é produtor na Disney e autor de livros infantis). Essa foi a primeira vez na vida que eu encontrei um judeu observante. Ele era bem moderno e muito simpático e todos no estúdio adoravam ele.
Durante quase um ano, nós evitamos um ao outro. Só que eu comecei a ensinar ao meu grupo da Igreja sobre as festas judaicas, mas eu não fazia a mais vaga idéia do que se tratava. Então eu pedi para o David se ele poderia dar algumas aulas. Ele concordou e ele era bom mesmo! A partir daí ele percebeu que eu não estava tentando convertê-lo, e nós começamos a nos falar. Me lembro que eu perguntei a ele , “ Eu tenho Jesus como meu sacrifício. Mas vocês não têm mais um Templo, e conseqüentemente sacrifícios. Como vocês fazem para se expiar?”
Ele respondeu a pergunta de uma maneira muito bonita, explicando que D’us fala: “Eu quero o sacrifício de seus lábios. Quero o serviço de seus corações.Prece. Essa é a melhor das oferendas para Mim”.
Eu percebi que os judeus eram fiéis a D’us havia centenas de anos, mesmo sem um Templo e sem sacrifícios. Isso me deixou atônito, porque não é isso que ensinam na Igreja. Eles ensinam que o sangue de alguém teve que ser derramado por nossos pecados. Sem sangue não haveria perdão.
Fiquei muito impressionado com essa conversa. Era irritante para mim saber que um grupo de pessoas ia tão bem sem Jesus. Especialmente porque os cristãos dizem que todo o mundo precisa dele.
Isso abalou minhas estruturas. A essa altura eu já farto do cristianismo, porque não me sentia em casa. Sentia como se fosse um estranho.
Comecei então a questionar minhas crenças. Pensava que talvez eu deveria ser mais como o David.

Chabad: E quando aconteceu a mudança?

Weiss: Em um fim-de-semana dirigi até o alto de um penhasco no noroeste da Irlanda. E ali estava eu, a 550 metros de altura, onde o vento soprava as águas do oceano Atlântico ao encontro da rocha.
Era selvagem e poderoso. Olhei para o mar, meditando em meu “momento de silêncio”, como um cristão devoto faz todas as manhãs. Eu observei aquela força espetacular e pensei: “Isso é claramente a Mão de D’us”, Os céus proclamam a Glória de D’us (salmo 19).
Fiquei muito aflito, porque não sabia para quem rezar. Pensei que se rezasse para Jesus, poderia estar ofendendo o único D’us verdadeiro. Mas se rezasse diretamente para D’us, estaria traindo aquela que fora minha religião nos últimos 15 anos.
Eu me senti exatamente como quando meus pais se divorciaram: uma tarde eu quis ver minha mãe, mas quando meu pai me perguntou aonde eu ia, disse que iria dar uma volta, pois não queria magoá-lo. Quando cheguei na casa de minha mãe, explodi em lágrimas, eu sentia como se tivesse traído meu pai. Era um sentimento muito ruim mesmo.
Foi assim que me senti naquela tarde, sem saber para quem rezar.

Chabad: E como foi o seu retorno?

Weiss: Eu conheci o crítico de filmes Michael Medved em um festival de cinema. Eu achava que ele era católico, pois já vira seu nome mencionado em revistas cristãs, mas ele usava Kipá! Ele me convidou para almoçar em sua casa no Shabat, e foi maravilhoso, a sinagoga, as famílias, as crianças. Nessa época encontrei minha esposa e começamos a freqüentar aulas de introdução ao judaísmo.
Mas eu continuava freqüentando a Igreja, achando que poderia incorporar judaísmo no meu cristianismo. Durante algum tempo eu ia para a sinagoga no sábado e à igreja no domingo.
Mas então percebi que teria abrir mão de algum do dois, e meu judaísmo estava cada vez mais significativo para mim. Além disso, já não estavam muito satisfeitos comigo na Igreja, pois eu questionava várias passagens da bíblia que me pareciam anti-semitas.
O fim da história é que fui à mikve e renunciei ao cristianismo. Minha esposa se converteu ao judaísmo, e hoje temos lindas crianças que freqüentam uma escola judaica, cumprimos Shabat e comemos kasher. E nós ainda temos muito a crescer!

Chabad: Qual seu próximo passo?

Weiss: Ir para Israel foi um grande passo para nós. Fomos para Sucot e eu estava com medo, mas foi maravilhoso. Fazer “aliá” me parece um passo muito grande no momento, mas sentimos que é o lugar ao qual pertencemos.

Chabad: Sendo um judeu observante, como seu estilo de vida se encaixa no estereótipo Hollywodiano?

Weiss: Ainda sou um cara de Hollywood, mas não no sentido de que eu estou sempre indo a festas. Na verdade há aqui um grupo de escritores que são judeus observantes. E é surpreendentemente fácil ser observante aqui. Quando fomos para a premier de Shreck 2 em Cannes havia alguns eventos no Shabat, mas quase nunca há problemas.

Chabad: Em termos de causar impacto no público, um filme como “Paixão de Cristo” foi bem sucedido. Você já pensou em fazer um filme judaico desse porte?

Weiss: Não acho que esse filme tenha mudado ninguém, só serviu para irritar alguns sobre aquilo que os cristãos já pregavam. Eles dizem que judeus e cristãos viram dois filmes completamente diferentes. Sei o que teria sentido se tivesse assistido ao filme 15 anos atrás: teria chorado, seria uma experiência religiosa. Hoje eu nem quero ver o filme. Não tenho mais estômago para duas horas de violência.

Chabad: Já tendo visto os dois lados, como você definiria a diferença entre judaísmo e cristianismo?

Weiss: Judaísmo tem a idéia de que colocamos as palavras de Torá sobre o coração, e não dentro dele, porque nosso coração é como uma pedra. Mas se você vai empilhando-as, um dia você se emociona com uma música, ou alguma coisa e então seu coração se abre e todas essas palavras caem para dentro dele.
Mas se você tem uma dessas experiências emocionantes e a Torá não está sobre o seu coração, então nada acontece. Você está extasiado, mas quando acaba você se esquece do que passou. Você precisa de ambos os componentes. E o verdadeiro poder do judaísmo é a Torá e suas “miztvot”, que constroem uma base concreta para segurar o sentimento.

Chabad: O que você acha que pode ser feito para conter o fenômeno da assimilação e alcançar as pessoas?

Weiss: Só posso falar daquilo que funcionou para mim: sentir-se abraçado, bem vindo, amado. Só que, por algum motivo, as pessoas simplesmente não estão interessadas. Elas não conversam com um rabino, elas não querem participar de um jantar de Shabat. Eu não sei o que você pode fazer sobre isso.
Eu acredito de uma maneira mística, que quando cumprimos mitzvot, quando estudamos Torá, quando mudamos e melhoramos, tudo isso causa um impacto no universo, um impacto que afeta a assimilação de alguma maneira. Mais diretamente, enquanto trilhamos nosso caminho, podemos para e bater um papo com nossos vizinhos. Por exemplo: eu tinha um vizinho há muitos anos, mas só trocávamos um “oi” de vez enquanto. Mas semana passada conversamos por quase meia hora, ele queria saber minha história, como cheguei onde estou. E agora ele quer vir jantar conosco no Shabat e trazer sua família.
Conectar-se é uma coisa muito pessoal. Ultimamente eu tenho acreditado que a maneira de atingir as massas é um por um, é criar uma conexão intensa com outra alma.
Não há uma poção mágica para cada um.